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Behaviorismo x Psicologia Existencial-humanista

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Mensagem  Renato Sáb Jun 27, 2009 2:25 am

Esse tópico é para retomar a minha discussão com o dire Z'one heheheee. Espero que outros participem...
Bom, acho que como o fórum está começando do zero, teremos que começar do zero tudo de novo. Acho que salvar as mensagens e postá-las aqui não fica bem...
Se bem que, dizem, quem escreve duas vezes a mesma coisa memoriza melhor.

Retomanto a discussão, o Behaviorismo radical retirou a Psicologia do seu panorama histórico para constituí-la enquanto ciência, usando-se métodos das ciências naturais. Ou seja, retirou da Psicologia constituída historicamente, desde a antigüidade, as suas bases filosóficas e metafísicas, quando Watson e Skinner suprimiram o conceito de "mente", ou o que eles chamavam de "mentalismo".

Em contraposição, uma Psicologia que surge na clínica - e figurando à conta de paradigma científico marginal - é a Existencial-humanista, que tem como referencial histórico e filosófico as obras de Sartre, Schopenhauer, Heiddeger e Nietzsche, além de teóricos como Viktor Franlk - o criador da Logoterapia - e o psicólogo norte-americano Rollo May.

A Psicologia Existencial-humanista não desdenha a utilidade da base comportamental behaviorista, mas retoma o conceito de mente como uma entidade específica, que não é produto do cérebro, e sim a própria pessoa em si.

Essa breve introdução, com rudimentos históricos e conceituais de Behaviorismo e Psicologia Existencial-humanista é apenas para que se delimite bem o objeto de debate do tópico. E agora ele foi aberto no lugar certo, eu acho, porque no outro fórum a gente estava discutindo isso num tópico sobre Filosofia rabbit

Até já,

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Mensagem  dire Z'one Sáb Jun 27, 2009 4:20 pm

Olá, a todos. Smile Sobre este tema é realmente complicado falar precisamente. Acho que o que deveriamos discutir em primeiro lugar é se existe a mente ou não, ou seja se existe algo menos empírista mais para o lado da metafísica. É realmente complicado pensar nisso se existiria algo dentro do nosso cérebro ou coração, sim porque também andei a ouvir coisas do género Razz, ou de outro sítio qualquer. Eu diria, até porque gosto de pensar assim, que existe uma parte do cérebro que é de certo modo "divina", se virem na imagem do forum ela está exposta como na época do iluminismo se creia. Aquele pequeno pedaço de cérebro, acho que é o líbido :S (já não me recordo bem, mas é aquela de onde a luz surge na imagem. Vejam e reflitam) Very Happy Então sou existencialista! Razz Mas também devo de admitir que é quimérico pensar que tudo em que acredito é verdade. Falando agora nisso( ou não) acho que vou abrir um tópico sobre teleologia para o pessoal que gosta de pensar que é na sua geração que o mundo vai acabar! Exclamation Ficou aqui a minha opinião acho que, basicamente, o behaviorismo está errado, pelo menos em parte.

Abraços, Dire Idea
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Mensagem  Renato Dom Jun 28, 2009 2:33 am

Sobre a questão de saber se existe ou não a mente, que não seja o conceito behaviorista de que "o pensamento é uma secreção do cérebro), veja esta palestra:


Abraços,

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Mensagem  Douglas M. Sex Ago 21, 2009 5:19 pm

Resolvi responder este tópico, a algum tempo inativo, pois este é um assunto MUITO interessante.

É correto dizer que boa parte do nosso comportamento é influenciado por fatores a priori. Seriam estes fatores biológicos, e ainda anteriores a estes, fatores morais. Sentimentos, por exemplo, são reações a certos estímulos que variam de acordo com a "pré-disposição" do indivíduo a essas. Tal "pré-disposição" se forma pelas experiências, aprendizados que o indivíduo obteve até o momento. É realmente um linha muito tênue a que separa o que é influência biológica do que não é, há, inclusive, hipóteses que supõem que um tumor no cérebro, por exemplo, pode alterar drasticamente o comportamento de um indivíduo dependo do ponto em que se localiza. Concluindo, penso que a explicação que dei aqui serve para um estado "normal" do cérebro (se é que existe isso tongue ) e faço questão de citar algo evidente: tecnicamente não possuo conhecimento desta área, então qualquer explicações cientifícas para corrigir-me serão bem-vistas!

Um abraço


Última edição por Douglas M. em Sex Ago 21, 2009 7:53 pm, editado 1 vez(es)

Douglas M.
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Mensagem  dire Z'one Sex Ago 21, 2009 7:09 pm

Olá, a todos. Posso fazer uma analogia entre o senso comun, da filosofia, e os instintos, da biologia. São ambos nessecários para um vida normal mas tiram tudo oque é de normal ao ser humano. Do outro lado teriamos a pura inteligência e a mente, que se supõem existir se acreditares que a psicologia é uma ciência e não fores behaviorista, que são coisas completamente secundárias à existência ordinária de uma pessoa. Mas que são coisas muito importantes para termos um real valor e tentar descobrir algumas verdades. Naturalmente a mente e a inteligência estão subjugadas ao instinto e ao senso comum. Acho que, ainda assim, posso considerar os autístas como pessoas sem senso comum e muito menos instintos. Não vou radicalizar ao ponto de pensar que eles não tem nenhum vestigio mas apenas que a inteligência e a mente deles é muito mais importante.

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Mensagem  Renato Dom Ago 23, 2009 1:39 am

Douglas M. escreveu:Resolvi responder este tópico, a algum tempo inativo, pois este é um assunto MUITO interessante.

É correto dizer que boa parte do nosso comportamento é influenciado por fatores a priori. Seriam estes fatores biológicos, e ainda anteriores a estes, fatores morais. Sentimentos, por exemplo, são reações a certos estímulos que variam de acordo com a "pré-disposição" do indivíduo a essas. Tal "pré-disposição" se forma pelas experiências, aprendizados que o indivíduo obteve até o momento. É realmente um linha muito tênue a que separa o que é influência biológica do que não é, há, inclusive, hipóteses que supõem que um tumor no cérebro, por exemplo, pode alterar drasticamente o comportamento de um indivíduo dependo do ponto em que se localiza. Concluindo, penso que a explicação que dei aqui serve para um estado "normal" do cérebro (se é que existe isso tongue ) e faço questão de citar algo evidente: tecnicamente não possuo conhecimento desta área, então qualquer explicações cientifícas para corrigir-me serão bem-vistas!

Um abraço

Olá Douglas
Assunto muito interessante e sobretudo muiiiiiiiiiito polêmico. Levantar esse debate é como você mexer num vespeiro: é a perene discussão Materialismo x Espiritualismo que se iniciou no fim do século XIX, quando o Origin of species de Charles Darwin e o Cours de Philosophie Positive de Augusto Comte, além de outros trabalhoso como os de Georges Curvier vieram colocar em xeque a Metafísica tradicional.
De lá para cá, cada vez mais áreas como Medicina, Bio-medicina, Biologia, Genética, Psiquiatria e mais atualmente as Ciências cognitivas, as Neurociências e a Filosofia da Mente, e também a Psicologia behaviorista comportamental-cognitiva, vêem reafirmar as bases materialistas de que os sentimentos e o pensamento não são senão uma secreção do cérebro. A única Filosofia Espiritualista e também a única que se divorcia da metafísica tradicional que aparece para fazer frente a esse posicionamento das ciências biomédicas hodiernas é o Moderno Espiritualismo, chamado hoje Espiritismo.
Mas eu gostaria de fazer uma pausa aqui para tentar construir uma ponte de diálogo entre esse tópico e o tópico "Da cultura", em que eu fiz algumas críticas à ciência.
Já que o tópico aqui é "Behaviorismo x Psicologia Existencial-humanista", vou aproveitar para fazer alguns comentários sobre o porque do Behaviorismo ser tido à conta de teoria científica, enquanto a Psicologia existencial-humanista, na perspectiva kuhniana, figura à conta de paradigma marginal.
A ciência parte do pressuposto de que o objeto pode ser isolado pelo sujeito, dissecado e examinadas as suas partes (herança cartesiana e baconiana da ciência). O método científico considera "verdade científica" aquilo que é passível de observação, experimentação e reprodução das mesmas por outros cientistas, na afã de se buscar o consenso, porque a ciência para ser ciência precisa haver um consenso epistemológico dentro dela mesma enquanto instituição.
Acho que esse tópico aqui é um bom exemplo da ciência como mito, pois a Psicologia existencial-humanista e também a Logoterapia, que se valem obviamente do método científico tradicional, mas que ainda tem um pé, digamos, na metafísica, se vale de outros métodos para diagnosticar doenças "da alma" (psico = alma, logia = estudo) e suas respectivas terapêuticas.
O Behaviorismo surge na pesquisa científica à conta de paradigma dominante porque transpõe para o diagnóstico e terapêutica das "doenças neurais" - se assim podemos nos expressar - aqueles experimentos que se fizeram com animais - notadamente ratos de laboratório - para aquilitar o seu comportamento, quando submetidos a situações extremas que excitam o seu sistema nervoso central.
Então - conclui o Behaviorismo - se deu certo com ratos, logo dá certo com humanos, o que não deixa de ser uma verdade, pois o diagnóstico da claustrofobia veio certamente dos experimentos com ratos, que, numerosos e trancafiados em gaiolas de espaço reduzido, revelavam comportamento neurótico. Este é só um exemplo.
Mas enfim, o Behaviorismo não deixa ter razão. Hoje a Psicologia Cognitiva-comportamental é muito competente para diagnosticar e oferecer terapeutica mais ou menos eficaz a desvios do comportamento.
O que incomoda todavia, é a hegemonia pretendida por essas correntes de pensamento. Só para se ter uma idéia, na USP - Universidade de São Paulo, o curso de Psicologia está como área de Biológicas e não de humanas!!! E quando a gente vê alguns doutorecos estúpidos, desses que ficam criam tópicos em fóruns de ciência catalogando a Psicologia como pseudo-ciência, fica evidente não só a ignorância da origem da Psicologia enquanto ciência - se é proposital eu não sei, antes que seja - mas sobretudo o ataque à Psicologia humanista e existencial, à Logoterapia (pouco conhecida e pouco trabalhada) precisamente porque estas últimas lidam com conceitos como mente, alma, e a idéia de que os sentimentos têm a sua origem processos de vivência interpessoal, o que também não deixa de ser um objeto de estudo do Behaviorismo.
Estou criticando a ciência novamente como mito no sentido de ela querer arregimentar para si o status de hegemonia quando se diz respeito a "busca da verdade científica": somente aquilo que está prescrito no método científico é válido e eficaz para a busca dessa tal "verdade científica", e isso não é verdade evidentemente, porque se assim fosse, os tratamentos da homeopatia, da fitoterapia e dos métodos da Psicologia humanista não lograriam êxito, e não é isto o que acontece.
Então o problema da ciência é que ela se nega a estudar aquilo que ela ignora. Quando Thomas Edison inventou a lâmpada incandescente ele foi tido à conta de feiticeiro, o feiticeiro de Menlo Park, como ele ficou conhecido. Desse modo, a ciência relega para os domínios do sobrenatural e da metafísica tudo aquilo que não é alcançado e auferido pelos seus métodos. E por que isso? Nos diz Tomas Kuhn, em A Estrutura das Revoluções Científicas que a ciência é formada por uma comunidade dominante de cientistas, que tem como papel, não fazer revoluções na ciência, mas unicamente resolver puzzles dentro daquilo que Kuhn chama de "ciência normal", ou seja, o papel da ciência oficial não é descobrir novas verdades como se argumentaram aqui neste fórum, mas antes, o de solucionar e resolver anomalias que surgem dentro do paradigma dominante. Reparem que se trata mais de uma postura defensiva, de defender as suas teorias já estabelecidas contra os ataques de outras teorias que surgem para tentar explicar novos fenômenos ou mesmo os que já existem, do que tentar "descobrir novas verdades". Não que ela não queira descobrir coisas novas, mas se um novo fenômeno aparece, se ele não é solucionado pelas regras do método científico, então ele não é da alçada da ciência, e portanto é pseudo-ciência. É nesse sentido que a ciência é um mito .... sunny Gente, estou dizendo "mito" para não dizer que ela é dogmática...
Assim como a igreja foi no passado, a ciência tem os seu dogmas, ela reluta em abandonar uma idéia mesmo quando já está demonstrado que essa idéia não tem sentido. Foi o que aconteceu com o Geocentrismo, que, mesmo depois de "substituído" pelo Heliocentrismo, ainda continuou a ter defensores ferrenhos durante alguns séculos. Quando Giordano Bruno disse que aquelas estrelas que brilham no céu não são senão outros sóis, repositórios de energia para mundos com habitantes semelhantes e melhores que o nosso, Johannes Kepler ainda continuou acreditando, à maneira dos aristotélicos e ptolomaicos, que as "estrelas fixas" eram realmente do tamanho que elas se mostram no céu, e Galileu continuou acreditando no dogma do círculo perfeito, mesmo depois que Kepler demonstrou que as órbitas dos planetas são elípticas, porque ele precisava acreditar nisso para defender a sua teoria.
Os cientistas são relutantes em abandonar as suas idéias. Gente, a ciência é feita por seres humanos, não por deuses perfeitos e infalíveis. Ela está cheia de erros, está baseada em especulações, e, mesmo que hoje o modelo cartesiano/kantiano tenha ocupado um lugar de destaque e se estabelecido, ao dizer que em última instância só a razão pode dar o veredicto final, a ciência e seu método ainda se vale do uso dos sentidos naturais e artificiais para aquilatar a realidade em todas as modalidades que ela se apresenta.

E agora, para não me delongar demais, deixo uma questão mais espinhosa ainda: é possível um retorno à metafísica ou o método científico traz em potência, em seu bojo, os germens que irão abalar os seus alicerces mais poderosos, que são as suas bases materialistas, sem que ela deixe de ser ciência?? em outras palavras: a ciência tem capacidade de auto-transcendência ou essa transcendência vem de fora dela??

-------------------> porque é isso que vocês estavam argumentado: que ela tem essa capacidade de auto-transcendência, e eu estou dizendo que não! Smile

falou gente?? Smile
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Mensagem  dire Z'one Dom Ago 23, 2009 2:15 am

Boas. Puff, realmente um grande comment Very Happy e ainda assim bom, do Renato. O problema com o behaviorismo nos ratos é que os ratos não tem tanta noção do terreno como nós. Enquanto nós nos comportavamos quase como ratos quando não sabiamos de onde provinham as doenças, etc. eles são educados no "medo". Ora bem nós ainda temos algumas partes cegas no nosso vislumbre do mundo, mas já não somos os "ignorantes" que eramos à uns séculos atrás.

Quanto à ciência em si acho que vamos passar por uma mudança de paradigma em pouco tempo. Vamos passar da ciência normal de kunh para um extroardinária apartir do momento em que chegar-mos ao ponto de ignorância onde possamos ter de explicar algumas coisas não tanto na física corrente mas ultra passa-la. Infelizmente alguns casos são extremos como é a retoma do criacionismo na sociedade ocidental e mais desenvolvida e com a concepção inteligênte, mas enfim. Também se fala, quanto ao início de tudo, de uma particula de Deus. Algo para explicar o "momento da criação". E já que estou a falar disto acho que posso dizer que a coisa mais importante no Universo é a gravidade e segundo oque estudei e "inventei", e que Hermes me ajude( Lol), o Universo é infinito não porque não tenha fim ou porque não o conseguimos encontrar mas porque não existe gravidade no limiar e sem gravidade não há tempo e sem tempo temos de esperar até que o haja para poder-mos continuar a viajem.

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Mensagem  Douglas M. Dom Ago 23, 2009 3:37 am

Renato, fizeste um ótimo comentário, ri-me do seu questionamento final, não por deboche, mas por ter achado muito animador pensar em tal questão! Mas vamos por ordem:

Renato escreveu: A ciência parte do pressuposto de que o objeto pode ser isolado pelo sujeito, dissecado e examinadas as suas partes (herança cartesiana e baconiana da ciência). O método científico considera "verdade científica" aquilo que é passível de observação, experimentação e reprodução das mesmas por outros cientistas, na afã de se buscar o consenso, porque a ciência para ser ciência precisa haver um consenso epistemológico dentro dela mesma enquanto instituição.

Não creio que isso seja parte da "auto-transcendência" da ciência, mas é mister comentar que já mudaram estes conceitos. A física moderna, tendo em vista as "anomalias" (vamos usar os termos de Kuhn) com que lida, necessita de mudar seu "paradigma" vigente, que é justamente esse: o de isolar sistemas para serem estes objetos de estudo. Isso não é mais pláusivel, sem me delongar muito, pois tais "anomalias" só podem ser compreendidas quando consideramos que nós mesmos, enquanto observadores, interagimos com os objetos independentemente de nossa vontade. Continuemos.

Sobre o restante do seu comentário, penso o seguinte:

Tens razão em afirmar tais coisas, que denotam a ciência e sua postura defensiva. Efetivamente, o problema do processo científico parece se dar em virtude deste mesmo comportamento, mas pensando em "eliminá-lo", eliminaríamos também a própria ciência como instituição "séria". Aí chegamos a questão da ciência poder se "auto-transcender" ou não. A ciência é justamente o seu conjunto de métodos (tomar como referência as idéias de Kuhn, me parece suficiente para entendê-la). Para que a ciência rompa com seus alicerces, é necessária uma "volta" (na verdade uma "ida") à metafísica, o que iria contra aos processos epistemológicos preconizados (a priori) por essa. Mas sendo esses (fenomenos metáfisicos), fenomenos não isoláveis, mas observáveis quando consideramos a ótica moderna (supracitada), podemos entender que a ciência pode sim "destruir seus alicerces e ainda assim continuar sendo ciência". Do momento em que a ciência pode ter como objeto de estudo a si própria, como o seu próprio estudo Renato, mostra (seu próprio estudo e argumentação usam da metodologia científica e apontam nesta direção.), ela pode transcender-se e chegar ao ponto em que essa considerará, antes de mais nada, a própria abstração humana buscando o conhecimento.

Senão vejamos o que vem por aí. Very Happy

Um abraço!

Douglas M.
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Mensagem  Renato Dom Ago 23, 2009 4:44 am

Douglas M. escreveu:
Renato escreveu: A ciência parte do pressuposto de que o objeto pode ser isolado pelo sujeito, dissecado e examinadas as suas partes (herança cartesiana e baconiana da ciência). O método científico considera "verdade científica" aquilo que é passível de observação, experimentação e reprodução das mesmas por outros cientistas, na afã de se buscar o consenso, porque a ciência para ser ciência precisa haver um consenso epistemológico dentro dela mesma enquanto instituição.

Pois é Douglas, você se saiu bem, escapou a uma "auditoria científica" hehheeeee e usando poucas palavras. Parabéns Wink . É como dizia um cara que que fazia Psicologia aqui em Bauru e via nós, que éramos mestrandos discutindo. Ele ficava prestando atenção nos nossos debates, e no final dizia "isso aí tudo não passa de um bingo, ou um jogo de bilhar para ver quem mata mais bolas", ou seja, apontava para a evidência mal escondida do rei que está nu. Very Happy

Sobre o trecho acima, paradoxalmente é precisamente esse argumento que os sociólogos e antropólogos do conhecimento usam para criticar o modelo científico nos moldes baconianos e cartesianos. Mas aí é que tá: eles criticam a ciência usando os métodos da própria ciência, e gostam de ficar citando Tomas kuhn para criticar a ciência normal, sem atentar para o fato de que o modelo de Kuhn poderia e pode muito bem ser usado para detectar um paradigama dominante, ou uma mudança de paradigma dentro das Ciências Sociais, que é o que aconteceu: a decadência do marxismo, com um processo de extinção dos comunistas de esquerda, e o surgimento do que eles chamaram de "Pós-modernismo", que foi a discussão sobre se a categoria trabalho ainda era ou não central na Sociologia.

Jovens, vocês estão ficando muito eloqüentes e palradores... Very Happy Tenho até medo do dia que vocês se tornarem doutores Cool Vpcês estão muito jovens ainda para ficar se ocupando com esse tipo de ciência sunny Nessa hora eu queria ser cientista das "exatas" e naturais, pois ali pelo menos, o jogo de bilhar é invisível Wink

PS: desse jeito vou ter que pedalar aqui, depois de 5 anos afastado dos estudos e da academia. Consegui um Aluno Especial numa disciplina sobre Estética em Kant, na Universidade Federal de São Carlos. A bibliografia tá tudo em francês. Vai ser um saco, mas vou ter que encarar, pois não tem para onde correr... estou até com saudades daquele papinho furado lá... a primeira aula começa no dia 1 de Setembro, me desejem boa sorte Wink
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Mensagem  Renato Dom Ago 23, 2009 5:03 am

dire Z'one escreveu:

Quanto à ciência em si acho que vamos passar por uma mudança de paradigma em pouco tempo. Vamos passar da ciência normal de kunh para um extroardinária apartir do momento em que chegar-mos ao ponto de ignorância onde possamos ter de explicar algumas coisas não tanto na física corrente mas ultra passa-la.
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Quando você acha que acontecerá essa mudança de paradigma e qual será o novo paradigma? Eu mesmo não vejo aparecer nada de novo, do tipo algo investindo contra a ciência normal. É como no caso que eu citei alhures, aqui no fórum, sobre a existência de vida nos diversos mundos. Os astrônomos todos acreditam, mas enquanto a ciência não comprovar, tudo fica no âmbito da opinião.
Então no meu modo de ver, uma das investidas seria essa comprovação, e aí tenho q concordar com o Douglas que a ciência é capaz de se auto-transcender, porque se vier essa comprovação, o homem será tirado do centro do universo mais uma vez.

E a outra investida que eu vejo é dos cientistas que estão aderindo ao paradigam espírita, que é pára-científico, e começando a encostar na parede os postulados do materialismo-ateu, como já tem acontecido na Filosofia da Mente. Mas isso ainda vai demorar. As ciências da mente e neurociências, a psiquiatria, a bio-medicina ainda vão relutar muito, os representantes das mesmas ainda permanecerão rígido e intransigentes quantos às suas idéias, porque é sempre doloroso quando alguém chega para você e diz que a sua ciência não pode mais explicar um fenômeno novo que surge...

Até lá muita pedra vai rolar ainda... no meu modo de ver, a ciência está estagnada. Tudo se resume à resolução de puzzles e de correção de anomalias dentro do paradigma dominante, num esforço ingente de manter as teorias atuais sobre a essência do ser humano.

Mas tenho de dar um tiro no próprio pé: o saber alternativo manda você tomar passiflora (extrato de maracujá concentrado) para insônia, e você sabe que o Clonazepam receitado pelo seu médico funciona melhor Twisted Evil Para vocês verem que eu acredito na Ciência, apesar de criticá-la Very Happy
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Mensagem  dire Z'one Dom Ago 23, 2009 5:13 am

Boas. Achei giro perguntares me isso só pelo facto de eu ter de me descoser. Bem oque acontece na ciência como a psiquiatria, como foi o exemplo último que deste. Normalmente ciências como a psiquiatria limitasse a extrair a essencia de uma planta, por exemplo, para algum efeito especifico. No entanto, e tenho um dedo que adivinha, vamos ultrapassar essa fase e vamos começar nós próprios a mandar como um Deus. Se posso mudar o DNA talvez possa criar novas formolas. Ainda assim estou à espera de que me digam que o paradigma já é esse. Embora não seja pois é algo muito mais avançado. Além disso tenho de escrever umas coisas que acho interessantes e talvez mais alguém ache.

Abraços, Dire Idea
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Mensagem  Renato Dom Ago 23, 2009 5:57 am

dire Z'one escreveu:Boas. Achei giro perguntares me isso só pelo facto de eu ter de me descoser. Bem oque acontece na ciência como a psiquiatria, como foi o exemplo último que deste. Normalmente ciências como a psiquiatria limitasse a extrair a essencia de uma planta, por exemplo, para algum efeito especifico. No entanto, e tenho um dedo que adivinha, vamos ultrapassar essa fase e vamos começar nós próprios a mandar como um Deus. Se posso mudar o DNA talvez possa criar novas formolas. Ainda assim estou à espera de que me digam que o paradigma já é esse. Embora não seja pois é algo muito mais avançado. Além disso tenho de escrever umas coisas que acho interessantes e talvez mais alguém ache.

Abraços, Dire Idea

Eu acho que o novo paradigma ainda não é esse. A Psiquiatria pensa como se pensava no século XIX, apesar de ter feito muitos progressos. O paradigma biomédico é, de todos os paradigmas científicos, o mais empedernido de todos em seu materialismo biológico. Você vai ao médico e ele nem examina você. Você fala dos sintomas e ele te diz "tome esse medicamento tantas vezes por dia". O paradigma biomédico não cura a doença, pelo contrário, ele mantém a doença viva, porque se ele a cura, o paciente deixa de ser cliente das multinacionais que vendem os remédios, em que os médicos figuram à conta de representantes mais ou menos diretos.
Exemplo: um psiquiatra não examina a causa da insônia, ele receita o remédio que induzirá o paciente ao sono. Com isso, não trata a doença, mas deixa ela viva.
Mas - poderia-se argumentar - "se não fosse a medicina e seus avanços, não haveria cura para doenças como a tuberculose e o câncer" - e ainda hoje se busca a cura da AIDS.
Mesma coisa: não se ensina a evitar a doença, pelo contrário, dá a impressão de que ela tem que continuar existindo, para a ciência poder ficar dizendo "nós descobrimos a cura para tal doença", para o povão ficar assistindo no noticiário "cientistas descobrem a cura da doença X", e depois dizerem "vejam como a ciência é competente e grandiosa". Médicos usam as pessoas como cobaias. Quando você está no consultório e vê entrar na sala do médico aquele sujeito com uma pastinha na mão, trata-se do representante das Ciba-Geigers da vida oferecendo novos medicamentos para que o médico os teste em seus pacientes. Isso já aconteceu comigo. Meu médico dizia: "tome esse aqui para ver se funciona".

Acho que isso tem nome: impostura!

Deu para perceber agora a problemática do método? Ou seja, o problema está no médico, na ciência ou na multinacional que vende os remédios?
Pois, o médico quando receita não está seguindo estritamente as regras do método científico?
E no entanto, não cura a doença muitas vezes. Então o problema está no método sim, e não só na questão da ciência enquanto instituição social.
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Mensagem  dire Z'one Dom Ago 23, 2009 6:13 am

Realmente fiquei a pensar nisso. Mas ainda assim não acredito que o juramento médico, que já vem da Grécia antigo, não tenha nenhum valor para eles, embora não fale sobre questões de lobbys médicos. Ainda assim é verdade que os médicos tem esses lobbys com as farmaceuticas. Mas quanto a testar medicamentos dessa forma nos pacientes sem aviso e recumendação prévia é criminoso, se foi que percebi bem que te deram um medicamento "na dúvida".

Uma coisa que me deixa realmente assustado é por exemplo a gripe A que dizem ser um flagelo terrível, etc. e tal. No entanto, morreu mais gente nas estradas americanas, no mesmo periodo da gripe a, doque morreram pela gripe a... Além de que a gripe sazonál também "leva" pessoas, no entanto, já não é notícia. Quem ganha muito dinheiro são as farmaceuticas. Enfim se a saúde não fosse um bem essêncial até seria trocos para mim, mas infelizmente não o é. Se taxassem a água da mesma forma seria igual. Para a minha bipolaridade tomo uma injecção que é um anti-psicótico que tomo de 15 em 15 dias e custa 150euros cada. Felizmente para a bolsa famíliar o estado comprometesse em 100% no custo. pale

Abraços, Dire Idea
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Mensagem  Renato Seg Ago 24, 2009 12:42 am

Como o tópico é sobre Behaviorismo, e eu também fiquei discutindo sobre ciência, vale lembrar que tanto o Behaviorismo quanto a psiquiatria estudam e controlam, através do método científico o comportamento humano.
Os behavioristas na verdade cumprem o papel de prever e controlar comportamentos propícios no local de trabalho visando á lógica de reprodução do capital (agora sim hein comecei a escrever como um verdadeiro sociólogo Very Happy só falta inserir no meu texto o termo Processo Histórico.
Basta ver que, na Psicologia hoje há mais ramos voltados para a "educação comportamental e psicológica" de funcionários de empresas, escolas, treinamento de representantes de vendas e etc do propriamente para cuidar da saúde psicológica do indivíduo isoladamente (isoladamente que eu digo é quando o indivíduo apresenta crises existenciais, problemas familiares e etc).
Os programas de pós-graduação aqui no Brasil (local aonde se faz ciência), tem uma forte predominância (100%, pelo que vi) na pesquisa sobre o Behaviorismo, alguns sobre Psicanálise.
Dizem que é moda, mas na verdade é o próprio capital e o mundo do trabalho que reinvindica esse tipo de pesquisa, assim como na sociologia da ciência de Robert K. Merton, este indica a publicação dos Principia de Newton como uma prerrogativa da burguesia emergente para solucionar os problemas práticos da época (construção de bombas a ar, instrumentos de navegação etc).
É a pesquisa científica a serviço do mundo do trabalho - como todos sabem.
O método, portanto, está diretamente ligado à lógica de reprodução do capital. Mais do que isso, a ciência é um tipo de instituição - um tipo de mito - típica de uma sociedade tecnológica como a nossa.
Renato
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