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"Conhece-te a ti mesmo"
5 participantes
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"Conhece-te a ti mesmo"
Muitas vezes falamos sobre um assunto como se o conhecêssemos perfeitamente…mas será que temos o dom de adquirir a sabedoria total? No meu ponto de vista, ninguém o tem.
Podemos sempre procurar a sabedoria total, a verdade e a perfeição, mas nunca afirmar que a atingimos na totalidade, pois não somos deuses, mas seres humanos complexos, seres que já por si são imperfeitos, limitados pela estrutura física e psicológica, pelo tempo e pelo espaço.
Para mim, muita gente não tem a consciência do que não sabe, orgulhando-se do que pensam saber, falando muitas vezes sem reflectir sobre as suas palavras. Pessoas que por vezes nem se conhecem a si próprias, mas acham que conhecem todo o universo. Podemos achar que toda a gente se conhece a si própria, mas eu não concordo. Conhecermo-nos a nós próprios não é um processo assim tão simples e espontâneo, como possa parecer, pois nós vamo-nos construindo de dia para dia, e depois de alguma humilde reflexão, vamo-nos conhecendo mais um pouco, sobre o que realmente somos e não sobre quem pensávamos ser.
Quantas e quantas vezes nos deparamos com situações novas que nos levam a tomar decisões, que a priori pensávamos não sermos capazes de tomar? Quantas e quantas vezes nos sentimos perdidos dentro de nós, sem perceber o porque de termos reagido de uma determinada maneira? Por vezes pensamos que uma determinada característica faz parte da nossa personalidade, o que nem sempre é verdade.
Rafael Esteves- Curioso
- Mensagens : 2
Data de inscrição : 09/07/2009
Idade : 31
Localização : Oliveira do Bairro
Re: "Conhece-te a ti mesmo"
Olá e bem-vindo, Rafael. Todo o ser físico, teoricamente, deveria estar sujeito e limitado ao espaço e ao tempo. Mas temos vindo a discutir tanta vez sobre a nossa condição humana, neste forum, que talvez até isso pudesse ser algo dúbio, na minha ideia actual! É normal a pessoa não conseguir conhecer-se! Ela está tão acordada que não consegue meditar sobre a própria condição. E nem é como se houvesse dentro de nós algo com figuras tangiveis. Algo que pudesse-mos descrever racionalmente. Chegar ao conhecimento total é algo impossível, na minha opinião, pelo simples facto que mesmo dentro de um determinado tema tenhamos vários tipos de hiposteses e opiniões. Agora chegar à sapiência e conseguir, pela sua prórpria mente decifrar todo um mundo de acontecimentos, ai é capaz de ser possível( LOL). Se uma caractristica da nossa personalidade não é como nós pensamos hmm... eu diria que isso acontessa quando a pessoa passa, inventualmente, por uma situação diferente do comum. Talvez tomar drogas ou uma mudança no ego. Oquê acho do meu mundo interior, tudo aquilo que comporta o meu ser, é basicamente um mundo cheio de chuva moderada e com um pequeno lago no meio muito fundo onde guardo todo o meu medo de descobrir! ; D Claro que tudo isto são desvaneios e apenas uma forma de caractrizar o meu mundo interior! Só é engraçado pensar como seria o nosso mundo se o cria-se-mos.
Abraços, Dire
Abraços, Dire
dire Z'one- Participante Regular
- Mensagens : 66
Data de inscrição : 26/06/2009
Idade : 33
Localização : Num Universo Relativamente Longe do Teu, Sir!
Re: "Conhece-te a ti mesmo"
Rafael Esteves escreveu:Para mim, muita gente não tem a consciência do que não sabe, orgulhando-se do que pensam saber, falando muitas vezes sem reflectir sobre as suas palavras. Pessoas que por vezes nem se conhecem a si próprias, mas acham que conhecem todo o universo. Podemos achar que toda a gente se conhece a si própria, mas eu não concordo.
Interessante suas palavras. Em certo ponto isso é natural e compreensível na humanidade, visto que o ser humano, antes de tudo, é um ser frágil. Muitos animais são mais fortes, voam, mergulham correm mais rápido e em alguns casos vivem mais que o homem. Basta uma escorregada de mal jeito e bater a cabeça que é perigoso morrer. Isso sem contar as doenças.
Toda essa fragilidade é mascarada com o que o ser humano tem de melhor. Sua intelectualidade. Com ela têm-se superado boa parte dos seus obstáculos, conhecido e entendido o mundo ao seu redor. O conhecimento e o entendimento dispersa os temores e a sensação de pequenez. Não é raro encontrar humanos soberbos e pretensiosos escondendo suas frustrações e temores.
Não culpo somente o indivíduo. O sistema em que vivemos educa o ser humano a ser egocêntrico, o que inevitavelmente produz muitas pessoas a quem você se refere. Um dos efeitos colaterais do capitalismo.
Peregrino- Participante
- Mensagens : 30
Data de inscrição : 27/06/2009
Localização : Latitude -23° 32’ e 51” ; Longitude -46° 38’ 10”
Re: "Conhece-te a ti mesmo"
Concordo com uma idéia: o ser humano precisa conhecer-se antes de conhecer a todas as coisas. Não podemos nos limitar a analisar o mundo como meros expectadores, somos parte integrante deste todo interligado. E conhecer a si mesmo é difícil, mas algumas vezes o mais difícil é ser honesto consigo mesmo. Creio que o conhecimento do ser humano está nas suas origens, naquilo que tem de intrínseco, naquilo que escapa a subjetividade das suas interpretações. O intelecto (leia-se aqui: noções de moralidade), leva o ser humano a refletir sobre seus instintos, julgá-los de acordo com as situações e frequentemente, negá-los. O primeiro passo para conhecer a si mesmo é, portanto, libertar-se dos preconceitos (no sentido filosófico da palavra). Pelo menos esta é minha opinião!
Saudações à todos!
Saudações à todos!
Douglas M.- Participante
- Mensagens : 27
Data de inscrição : 24/07/2009
Idade : 33
Localização : Brasil
Re: "Conhece-te a ti mesmo"
Rafael Esteves escreveu:
Para mim, muita gente não tem a consciência do que não sabe, orgulhando-se do que pensam saber, falando muitas vezes sem reflectir sobre as suas palavras. Pessoas que por vezes nem se conhecem a si próprias, mas acham que conhecem todo o universo. Podemos achar que toda a gente se conhece a si própria, mas eu não concordo.
Realmente. O que mais me surpreende todavia, nessa discussão, é ver que vocês tão jovens, já se preocupam com essa questão e até discorrem de maneira objetiva e clara sobre a mesma. Vocês estão de parabéns!!!
Ainda há pouco, eu postara lá no tópico recém-criado sobre a Corrida Espacial. E eu disse lá que, para mim a alunissagem (alunagem) americana não é a maior conquista da humanidade, como muitos gostam de dizer.
A maior conquista da humanidade será a descoberta do self, ou a "viagem espacial interior", ou ainda o "conhece a ti mesmo".
Douglas M. escreveu: O primeiro passo para conhecer a si mesmo é, portanto, libertar-se dos preconceitos (no sentido filosófico da palavra). Pelo menos esta é minha opinião!
Saudações à todos!
Dessa forma, o primeiro passo será libertar-se dos preconceitos, como está dito acima, mas também dos atavismos.
Essa questão é a mais complexa que está posta para a humanidade. Ela foi proposta primeiramente por Sócrates, e ele foi morto por isso. Posteriormente, por Jesus de Nazaré, idem. E ao longo dos séculos foi retomada por pensadores como Pascal, Nietzsche, sem falar dos santos de todos os tempos, que aprenderam a conhecer a si próprios pela via da intuição e não da inteligência.
Hoje, porém, conseguiu-se dar uma explicação científica para as parábolas de Jesus, coisa que tinha sido prevista por Pietro Ubaldi em "A Grande Síntese".
"A fé é como esse grão de mostarda - disse ele mostrando a semente aos discípulos - que, é a menor das sementes, mas que quando germina, torna-se uma árvore tão robusta de modo que as aves do céu vêm construir ninhos em seus ramos".
"Se tivésseis fé como esse grão de mostarda dirieis a esta montanha: - transporta-te daqui e lança-te ao mar".
O grão de mostarda é o potencial psico-ético que está dentro de nós, esperando germinar... Ele se torna grande como uma árvore robusta porque o vicejar desse potencial é ilimitado.
E a parte científica, cadê? Essa psicologia, contida em "Assim Falava Zaratustra" é a própria psicologia do Evangelho, que hoje é trabalhada nas clínicas de psicoterapia. É científica porque funciona. Científica que eu digo é no sentido de não ser uma coisa interpretável pela religião, mas que encontra lógica no processo de auto-conhecimento quando aquelas questões são postas em prática.
Ou "Mestre - pergunta Pedro a Jesus - quantas vezes deverei perdoar o meu próximo? até 7 vezes? E ele responde: "- não te digo 7, mas 70 vezes 7".
É a mesma coisa. Na interpretação religiosa você justifica assim: "devemos perdoar 490 vezes, porque o número de vezes que erramos e em que somos credores de perdão também é vasto"
Na interpretação da Psicologia-existencialista: "perdoa que é para você não ficar passando raiva". Na interpretação popular: "revide!", mas aí você continua tão baixo quanto o agressor.
Então a proposta de auto-conhecimento é uma questão histórica e hoje ela tem sido trabalhada sobretudo pela Psicologia existencialista, que preconiza o que Douglas disse acima: libertar-se dos preconceitos, ou seja "não é porque o mundo inteiro acha que é certo fazer tal coisa que eu devo fazê-la também; eu sou eu, não sou como o resto do mundo, tenho a minha própria ética".
Correrá o risco de ser "queimado na fogueira" pela sociedade todo aquele que buscar o auto-conhecimento? a resposta é sim!
É lógico todavia, que devemos ter um parâmetro ético para se seguir, um roteiro, na busca do auto-conhecimento. O conceito de "liberdade" em Rollo May por exemplo, pressupõe que aquele que é realmente livre, morre se for preciso, para afirmar as suas próprias convicções, mas não delega a outrem o direito de escolher o próprio destino, que é o que a humanidade sempre fez: outorgar a outrem a decisão de seu destino, por instituições como família, igreja, Estado, escola, e a opinião do vulgo em geral.
E aí, entra a questão aludida pelo Peregrino, sobre o Capitalismo como força social constrangedora da liberdade do indivíduo. Essa questão é abordada no romance "Crime e Castigo" de Dostoievsky, em que o indivíduo cede a sua liberdade em prol da ética socialmente instituicionalizada.
Em "O grande inquisidor", Cristo reaparece no mundo e sai nas ruas da Espanha, no século XVI, curando tranqüilamente as pessoas nas ruas, e ele é preso pelos dominicanos. A personagem do livro que é o grande inquisidor, explica a Cristo que "a humanidade gosta de ser protegida, de delegar o poder de conduzir as suas vidas a outrem, e que a igreja faz muito bem esse papel". E Cristo, que há mais de um século já tinha estado na Terra ensinando as pessoas a serem livres, volta para ensinar novamente a sua doutrina, mas o grande inquisidor afirma que no dia seguinte ele será queimado.
Santo Agostinho tinha uma fórmula para o auto-conhecimento: ele diz que, todo os dias quando acordava, traçava um roteiro para aquele dia, e na hora de dormir, procurava ver se tinha seguido aquele roteiro, ou seja, se tinha sido honesto consigo mesmo, se não tinha sido injusto com alguém e etc. E, se encontrasse algum erro, procuraria não repeti-lo no dia seguinte.
O auto-conhecimento é sem dúvida alguma o maior desafio para a humanidade. Sei que eu trouxe a questão para o lado "acadêmico", procurando abordá-la como se ela fosse um objeto de estudo qualquer. Mas eu dei esses exemplos propositalmente, para se fazer notar que é possível hoje trabalhar a questão do auto-conhecimento de uma forma prática até, como eu sugeri... que se vá ao psicoterapeuta, porque ele ajuda você a se auto-conhecer. Você fica lá na sessão 50 minutos falando da sua vida, e na próxima sessão repete tudo de novo, lamentações, inquietações, desejos de vingança, e o terapeuta vai analisando você e uma hora te diz: "olha, pelo que eu vejo você dizer, você me parece que é uma pessoa assim ou assado..."
Para quem quer se apronfundar na busca do auto-conhecimento tem também uma bibliografiazinha. Além dos livros de Dostoievsky, tem alguns outros:
O Evangelho (ver sobretudo o quebra-pau com o fariseus em que Jesus nega prodígios para convencê-los de sua missão e se reafirma mesmo ante a ameça de morte, uma prova de auto-conhecimento e auto-domínio).
Nas obras espíritas de Emmanuel "Há 2000 anos", "50 anos depois", "Ave Cristo!" e "Alcíone", as personagens que tipificam o "ser liberto", e que são discípulas de Jesus sempre aparecem se auto-afirmando ante as instituições ainda que lhe custem a morte. E de fato, são todas mortas, nos circos romanos e nas fogueiras das inquisições.
De Psicologia:
"O homem à procura de si mesmo", Rollo May
"Um psicólogo num campo de concentração" e "Psicoterapia e sentido da vida" ambos de Viktor E. Frankl
Bom, são só esses , afinal eu também estou procurando me auto-conhecer, e quem sabe, como disse o Douglas eu não falei demais sobre um assunto que eu não sei???
Mas, fica aí a minha contribuição,
Renato- Participante Dedicado
- Mensagens : 175
Data de inscrição : 27/06/2009
Idade : 53
Localização : Brasil
"Conhece a ti mesmo"
Obrigado Dire, Peregrino, Douglas M. e Renato pelas vossos comentários. Concordo com o Renato quando diz que "a maior conquista da humanidade será a descoberta do self, ou a "viagem espacial interior", ou ainda o "conhece a ti mesmo"". A maior parte das pessoas não se preocupam com isso, nem com qualquer outra questão relacionada com a gestão psíquica. Como o Dr. Augusto Cury escreveu no livro "O código da inteligência":
"Após ter escrito mais de três mil páginas sobre o funcionamento da mente e de transformação da emoção, fiquei convencido de que a nossa psique precisa de um choque de gestão, caso contrário correremos o risco de bloquear as funções psíquicas vitais. Poderemos adoecer e fazer com que os outros adoeçam."
"Após ter escrito mais de três mil páginas sobre o funcionamento da mente e de transformação da emoção, fiquei convencido de que a nossa psique precisa de um choque de gestão, caso contrário correremos o risco de bloquear as funções psíquicas vitais. Poderemos adoecer e fazer com que os outros adoeçam."
Rafael Esteves- Curioso
- Mensagens : 2
Data de inscrição : 09/07/2009
Idade : 31
Localização : Oliveira do Bairro
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